terça-feira, 5 de janeiro de 2010

EM 2009 O SETOR GASEIRO TEVE GRANDE REPERCUSSÃO

No segundo semestre do ano, os representantes da Turquia, Áustria, Hungria, Romênia e Bulgária assinaram um acordo para dar vida ao gasoduto Nabucco, considerado essencial para acabar com o monopólio da Rússia no fornecimento de gás para a União Europeia e a segurança energética do continente. A Alemanha também é um parceiro do acordo. As obras que tem previsão para começarem em 2010, vai permitir o transporte de até 31 bilhões de metros cúbicos anuais da região do mar Cáspio até a Europa. O gasoduto percorrerá 3,3 mil quilômetros desde a cidade turca de Erzrum (onde estará conectado a outras tubulações provenientes de países produtores) até a Áustria e sua construção está orçada em 8 bilhões de euros.


Em setembro, o governo brasileiro definiu o que será feito com o gás encontrado na camada do pré-sal, inicialmente o objetivo era direcionar a produção de gás natural para consumo interno do país. Mas isso só será determinado, após a fase final dos estudos da Petrobras e das demais operadoras, onde será possível definir com mais detalhes o aproveitamento e o cronograma para disponibilização.

Outro fato que mereceu destaque foi o acordo para a formação de uma nova organização mundial composta por grandes produtores de gás, chamada pelo mercado de ‘Opep do Gás’. Os principais produtores, Rússia, Irã, Qatar e Nigéria formam o grupo que irá trabalhar para tornar o mercado de gás mais previsível. Os países e as companhias visam com essa iniciativa incrementar a possibilidade de compreender e enfrentar melhor os desafios, através do intercâmbio que será feito através da ‘Opep do Gás’. Apesar dos benefícios, especialistas temem que os preços subam com a união dos países produtores. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) serviu de modelo para a formação de uma organização mundial dos grandes produtores de gás.

Em novembro, a Petrobras inaugurou o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, um dos maiores empreendimentos para transporte de gás natural do país. A obra, um investimento de R$ 4,5 milhões, foi planejada para transportar até Manaus, cerca de 4,1 milhões de gás natural diários, procedentes da província petrolífera de Urucu, que tem uma reserva de cerca de 52,8 bilhões de metros cúbicos. O gasoduto Urucu-Manaus permitirá que as sete usinas térmicas de Manaus, passem a consumir gás natural, um combustível menos poluente e caro. O gasoduto, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), possui 661 km de extensão na linha tronco ligando Urucu a Manaus, e sete ramais de atendimento às cidades de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, com 140 km de extensão.

Bolívia garante exportar gás ao Brasil até 2050

Já no fim do ano, o que aconteceu de mais relevante foi a garantia que a Bolívia deu de exportar gás ao Brasil até o ano de 2050. A declaração veio do ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Óscar Coca, após um anúncio da diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmando que o ideal para país, seria receber gás boliviano até 2050. Na época, o embaixador do Brasil em La Paz, Frederico Cézar de Araújo, divulgou que o país estudava continuar comprando o produto da Bolívia depois de 2019, ano que acaba o contrato entre os dois países.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br