quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PETROBRAS rejeita mais uma vez os Tecnólogos

A empresa justifica, por meio de sua assessoria de imprensa, que “avalia que os profissionais com título de bacharel, por possuírem uma formação mais completa, são aqueles que atendem plenamente às exigências inerentes às atividades da Petrobras. O plano de cargos da Petrobras prevê a contratação de profissionais de nível médio e nível superior para preenchimento dos cargos, não inclui tecnólogos”.




Desconhecimento

De acordo com Andréa de Faria Barros Andrade, diretora de regulação e supervisão de educação profissional e tecnológica do Ministério da Educação, a iniciativa privada requer muito esses profissionais, mas o movimento é contrário nos concursos públicos. “Muitos são empregados (na iniciativa privada) antes mesmo de terminar o curso”, diz.



Ela atribui a falta de inclusão em concursos ao desconhecimento por parte de quem elabora os editais, à dificuldade dos órgãos em enquadrar esses novos profissionais e ao preconceito do setor público.

Até quando?

Opinião semelhante tem Décio Moreira, presidente do Sindicato dos Tecnólogos de São Paulo. “Uns não colocam os cursos de tecnologia por desconhecimento, outros por preconceito e para descredenciar a formação”.

Segundo ele, muitas vezes nos editais a descrição das atividades de certos cargos contempla que tecnólogos podem concorrer. “Dependendo do cargo ele é tão apto quanto uma pessoa com bacharelado.”

O presidente do sindicato, que também é tecnólogo e professor da Faculdade de Tecnologia, em São Paulo, acha que com o crescimento dos cursos e da formação dos profissionais, a situação deve ser revertida.

“Ainda predomina a cultura corporativista das profissões tradicionais em termos de ocupação de empregos. É uma questão de quebra de paradigma. Os tecnólogos não querem tomar o lugar de ninguém. Eles podem ser menos acadêmicos, mas não são menos teóricos”, defende.

Metrô de SP

Moreira conta que o sindicato intercedeu junto ao Metrô de São Paulo e conseguiu mudar os requisitos para o cargo de supervisor de linha operacional, cujo concurso foi realizado no ano passado.

Antes o edital exigia certificado de conclusão de curso superior completo com bacharelado, e foi depois mudado para certificado de conclusão de curso superior completo para aceitar as inscrições de tecnólogos. “A descrição da função era compatível com a formação em cursos de tecnologia”, diz.

Segundo ele, ao colocar a palavra bacharelado, a companhia não queria aceitar formados em cursos seqüenciais, que duram em média dois anos, mas não são de graduação.

Em relação à Petrobras, o professor da Fatec disse que já foram feitas reuniões com representantes para tentar fazer com que a empresa passe a aceitar inscrições de tecnólogos em seus concursos.

Ele informou que a Associação Nacional dos Tecnólogos, entidade que abrange os sindicatos da categoria nos estados, irá entrar com uma ação civil pública contra o último concurso da Petrobras.

Direto da Redação