O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, declarou durante o Fórum Estadão Regiões/Nordeste, que o início das operações da Refinaria Abreu e Lima vai atrasar um ano. A declaração do governador veio uma semana após a Petrobras anunciar a redução dos contratos da refinaria em pelo menos R$6,7 bilhões. O projeto na região metropolitana do Recife (PE), com início de operação anterior, previsto para 2011 aguarda a definição da parceria entre a Petrobrás com a estatal venezuelana de petróleo PDVSA.
O adiamento da obra, que tem 60% de participação da Petrobrás, foi comunicado pelo presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, na semana passada, durante a assinatura de contratos relativos à construção, mas só foi divulgado na última semana pelo governador. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em entrevista coletiva antes da assinatura, no Rio de Janeiro, os contratos foram “negociados e renegociados” a fim de obter a economia por causa do sobre preço já que os contratos foram licitados em 2008.
"A gente pretendia partir a unidade de destilação em março de 2011 e isso não vai ser possível. Não tem milagre"
Agora, o prazo de finalização da refinaria é abril de 2012, significando um ano e um mês de atraso em relação à última previsão. O diretor da Petrobras afirmou que o valor teria subido para R$ 30 bilhões se não fossem as renegociações. “Para chegar a essa redução de valor, não vamos conseguir manter o cronograma original. A gente pretendia partir a unidade de destilação em março de 2011 e isso não vai ser possível. Não tem milagre. A intenção nossa é partir as unidades de destilação possivelmente em abril de 2012″, afirmou.
A Refinaria Abreu e Lima deverá receber investimentos de R$ 23 bilhões. Quando estiver concluída, vai processar 230 mil barris de petróleo por dia. Os contratos somam R$ 8,9 bilhões, com previsão de gerar mais 12 mil empregos diretos nesta nova fase. O maior contrato assinado é de R$ 3,4 bilhões, e será executado pelo Consórcio Camargo Corrêa-CNEC, para construção das unidades de coqueamento retardado, incluindo subestações, casas de controle e as seções de tratamento cáustico regenerativo.
Já a sociedade entre a venezuelana PDVSA e a Petrobras ainda não foi definida. Segundo a estatal brasileira, assinatura do acordo de acionista será no próximo dia 28, na Ilha Margarita, na Venezuela, entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez. A PDVSA ficará com 40% da refinaria e a Petrobras com 60%.
Fonte: Nicomex Notícias