Em coletiva realizada nesta quinta-feira, último dia da 15ª edição da Rio Oil & Gas, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apresentou dados referentes à produção do mercado em agosto, e divulgou que passará a disponibilizar esses números mensalmente. A agência sinalizou que irá apertar a fiscalização com relação à queima de gás no país. Atualmente, a agência permite uma perda de 3% desse recurso natural, mas concede autorização para empresas que ultrapassam esse limite.
Segundo o diretor da ANP, Victor Martins, estão sendo implantadas ações para reduzir a queima de gás natural no país, com a intenção de alcançar de 95% de aproveitamento. De acordo com portaria de 2000, a autorização da agência é de 3% de queima, com 2% de margem estudada caso a caso. No entanto, intenção do órgão é, através de um termo de acordo que está sendo divulgado no setor, tornar mais rígida a fiscalização, exigindo uma adaptação gradual das operadoras até 2015. Nos dados divulgados na coletiva, a queima de agosto de 2010 totalizou 10% da produção de gás natural.
Victor Martins ressaltou, porém, que os campos em processo de Teste de Longa Duração (TLD) representam uma parcela considerável dessa perda de gás natural, o que irá diminuir consideravelmente quando entrarem em produção. Entretanto, o diretor da ANP admitiu que, com o pré-sal e o grande volume de gás produzido, a tendência é que a curva de queima torne a crescer, já que as operadoras irão precisar testar poços para saberem seu potencial real, além de não haver gasodutos para escoamento. Por enquanto, a agência, na figura do seu diretor, enfatiza a pretensão de reduzir a perda. “Estamos diminuindo (a queima de gás natural) e vamos seguir trabalhando para diminuí-la. Não estamos dispostos a continuar autorizando queima acima de 3%”, disse.