segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Terceirizados da Petrobras decidem paralisar todo o Polo Atalaia (Tecarmo)

           Sem resposta, trabalhadores terceirizados da Petrobrás decidem paralisar todo o Pólo Atalaia a partir desta segunda, 29/02. São cerca de 210 trabalhadores no Polo Atalaia que estão nessa situação. São trabalhadores que atuam na área de manutenção, instrumentação e caldeiraria, funções essenciais para manter o funcionamento do campo.

MOTIVO DA PARALISAÇÃO: a empresa MCE não pagou o salário, a cesta básica e parcela do décimo terceiro.
GRAVIDADE DA SITUAÇÃO: Trabalhadores reclamam de fome, ameaça de despejo, por falta de pagamento do aluguel e pior, um caso duplo de morte por tratamento de saúde interrompido. Além de tudo, acumulam contas e dívidas. Tem trabalhador ameaçado de prisão, por não ter condição de pagar a pensão alimentícia. E muitos já estão se desfazendo de pertences, como carro e moto, para poder comprar comida.

FALTA ÁGUA E FARDAMENTO: Os trabalhadores têm tido problemas com o fardamento e com o fornecimento de água para consumo durante o horário de expediente, devido as dívidas da empresa com fornecedores.

RISCO DE CALOTE: Os trabalhadores temem que a empresa entregue o contrato sem pagar o que deve. Foi o que aconteceu no contrato de caldeiraria da MCE na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado da Petrobrás em Sergipe (Fafen-SE).
DEMISSÕES NA FAFEN: A empresa entregou o contrato, deixando 170 trabalhadores desempregados. No próximo contrato a gestão da Fafen/Petrobras quer incorporar apenas 106 trabalhadores.

PARALISAÇÃO NA FAFEN-SE: até esta segunda, 28/02, os trabalhadores da FAFEN que foram demitidos após a MCE entregar o contrato, aguardam o pagamento das verbas rescisórias. Caso o pagamento não entre até segunda, os trabalhadores prometem paralisar a partir de terça, 01 de março, todas as atividades da fábrica.

CUMPLICIDADE DA PETROBRAS: A responsabilidade da Petrobras, no contrato com as empresas terceirizadas, é garantir a prestação do serviço, inclusive que cumpram com todas as suas obrigações trabalhistas. Para isso existem fiscais e gerentes de contrato. A tarefa destes profissionais é fiscalizar a empresa terceirizada para saber se ela está cumprindo com seus compromissos e só assim, caso tudo esteja regularizado, a Petrobrás liberar as faturas referentes ao contrato. No entanto, a fiscalização da Petrobrás é completamente omissa. Ela cobra e assedia os trabalhadores para executarem seus serviços, porém, mesmo diante dessas situações, continua repassando as faturas, como se tudo estivesse dentro da normalidade.

RESPONSABILIDADE DO GOVERNO E DA PETROBRAS: Os trabalhadores estão conscientes de que essa omissão e cumplicidade são consequência do plano de desinvestimento e privatização da Petrobrás, que inclui demissões e retirada de direitos. Também refletem as relações duvidosas entre governo, alta administração da Petrobrás e empresas terceirizadas, escancarada com os escândalos de corrupção.

Fonte: NE NOTICIAS

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