segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Governador Jackson quer que a ANP garanta investimentos da Petrobras em Sergipe

Os investimentos da Petrobras em Sergipe e a instalação da fábrica de cimentos Apodi em Santo Amaro das Brotas foram temas da reunião entre o governador Jackson Barreto e  diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, na manhã desta segunda-feira, 03. Na ocasião, eles discutiram também a 13ª Rodada de Licitações da Agência, prevista para ocorrer em 7 de outubro deste ano.
Jackson entregou um documento oficializando as duas solicitações: a primeira registra a frustração do Estado por não ter sido contemplado nos Planos de Negócios 2015-2018 da Petrobras, diante das recentes descobertas da existência de petróleo de qualidade e em grande quantidade a ser explorado no estado.
A segunda questão diz respeito ao entrave apresentado pela Petrobras referente a um poço ainda não explorado que inviabiliza a produção do calcário pela fábrica da Apodi, a ser instalada em Santo Amaro da Brotas. O objetivo do Estado ao pedir o auxílio da ANP no conflito existente é a viabilização do investimento da Empresa no estado, na ordem de R$ 1 bilhão, e que gerará 2 mil empregos na fase de implantação e 500 empregos após a instalação da fábrica.
“Produzimos 40 mil barris por dia e há uma dificuldade para a instalação de uma fábrica de cimento, por conta de um poço que produzirá 10 barris por dia. Sergipe não pode perder esse investimento. É preciso encontrar uma solução”, disse o governador.

Leilão
A 13ª Rodada de Licitações da Agência está prevista para ocorrer em 7 de outubro deste ano. A parte marítima da bacia Sergipe-Alagoas terá oferta de dez blocos em águas profundas e ultraprofundas ( lâmina d’água superior a 400m), sendo cinco em frente ao litoral sergipano e cinco em frente ao litoral alagoano, totalizando uma área de 7.403,92 km².
O bônus de assinatura mínimo (valor a ser oferecido pelas empresas durante a rodada) exigido para esses blocos varia de R$ 18,85 milhões a R$ 73,96 milhões. A área em oferta na bacia de Sergipe-Alagoas é considerada como “nova fronteira”, ou seja, ainda pouco conhecida geologicamente ou com barreiras tecnológicas e de conhecimento a serem vencidas.
A diretora da ANP apresentou ao governador dados da exploração de petróleo em Sergipe e da área a ser licitada para exploração. O governador cobrou um maior diálogo com os empresários vencedores dos leilões, com o intuito de estabelecer prazos para exploração e um maior contato no direcionamento conjunto do fluxo de investimentos no estado, uma vez que, a quantidade e qualidade do petróleo encontrado no estado geram grandes perspectivas para o futuro. 
“Preocupa-me as expectativas geradas na população a partir desses investimentos, porque o último leilão ocorreu em 2004 e as empresas vencedoras ainda não iniciaram a exploração. Estamos frustrados porque o Plano de Negócios da Petrobras no triênio 2015-2018 não contemplou o nosso estado. Antes, estivemos no Rio de janeiro e conversamos com a diretora de exploração da Petrobras e esperávamos que Sergipe fosse contemplado e, lamentavelmente, não entramos neste plano de negócio. A visita da diretora da ANP é um fato importante para o estado, porque ela vem aqui discutir esse leilão e o que pedimos é que essas empresas, que participam destes negócios, busquem fazer uma sintonia com a economia local do estado contemplando, assim, a nossa cadeia produtiva e que ao vencer o leilão procure colocar em execução os investimentos. Fico preocupado com a atuação das empresas, por isso cobramos mais critérios e a estipulação de prazos”, disse o governador.
Segundo a diretora-geral da ANP, Sergipe tem um grande potencial exploratório e o seu óleo no mar é leve, mais valioso, por isso é bem possível que uma empresa grande com portfólio de investimento se interesse pela área de exploração do estado. “Essa área é o que temos de melhor nessa licitação. É necessária uma empresa de grande porte, que tenha fluxo de caixa disponível para topar o desafio. Apostamos na produção de petróleo de Sergipe. Após a licitação, assinamos o contrato, em dezembro, e em janeiro as empresas já podem começar. Sergipe tem uma área boa suficiente para atrair bons investidores”.
A ANP estuda continuamente as bacias de sedimentação do Brasil e a licitação é o momento de outorga da atividade exploratória. A licitação permite que as empresas vencedoras do leilão passem a explorar a área. O acordo estipula que as empresas se comprometam com a PEM (Programa Exploratório Mínimo), para tanto, são realizados estudos e análises da área para detecção de petróleo e gás. A empresa tem um período exploratório para realização dessas análises, o chamado período exploratório, que em águas profundas como no caso da bacia Sergipe-Alagoas, é em torno de dez anos. A partir de então poderá ser declarada comercialidade. No período exploratório, a empresa também se compromete a comprar bens e serviços fabricados no Brasil, o que também gera renda e oportunidades de outros investimentos nas regiões de exploração.
“Uma área em águas profundas tem um horizonte de produção de dez anos. O que nós estamos fazendo é repondo para Sergipe a sua atividade exploratória, garantindo a continuidade da exploração de petróleo e gás no estado e a manutenção de toda uma indústria que está aqui instalada e a manutenção de expertise, porque, afinal de contas, Sergipe produz petróleo há mais de 50 anos. A partir da licitação, o empresário, após assinar o contrato de concessão começa seus estudos, a partir dos dados  e informações existentes, solicita o licenciamento ambiental para então começar a trabalhar adquirindo a sísmica, sísmica 3D, mapeando os prospectos e logo após perfurando. Quando a gente faz isso, a gente tem toda uma infraestrutura logística de suporte a esta atividade que só pode acontecer aqui, em Sergipe mesmo”, afirmou Magda Chambriard.
De acordo com o economista e assessor do Governo, Oliveira Júnior, a ANP confirma a perspectiva positiva anunciada para Sergipe no cenário petrolífero mundial. “Mais uma vez se ratificam aquilo que os últimos estudos da Petrobras já tinham mostrado, que a costa de Sergipe é um local riquíssimo para a exploração de petróleo e do gás natural. Então, o leilão abre a oportunidade de entrar novos atores nesse mercado e isso cria um potencial para o estado de Sergipe, que ainda que vá demorar uma década para se revelar, será justamente nesta década preparatória que se fazem os investimentos principais para produção futura, isso significa que, em breve teremos resultados promissores para nova fronteira de produção petrolífera no mundo, que é a costa sergipana”.
Os investimentos também refletem em oportunidades de articulação com a economia local e consolidam Sergipe como importante matriz energética no Brasil. “Isso significa crescimento em vários ramos de negócios, vários setores fundamentais para a economia, desde o portuário até transporte, embarcações, engenharia, serviços urbanos, todas essas atividades que se beneficiam dos investimentos da exploração do petróleo. Além disso, Sergipe consolida sua vocação de exportador de energia em vários cenários, com várias matrizes energéticas e nesse mundo do petróleo que ainda tem um valor muito grande para a economia mundial. Nós temos agora a oportunidade de está presente não só na produção para o estado, mas para atender o Brasil e o mundo”, explicou Oliveira Júnior.
13ª Rodada
Prevista para 7 de outubro de 2015, a 13ª Rodada ofertará 266 blocos exploratórios, totalizando uma área de 125.034,09 km², incluindo áreas em bacias de elevado potencial, bacias de nova fronteira e bacias maduras, que se apresentam como oportunidades para grandes, médias e pequenas empresas. A Rodada foi autorizada pela Resolução CNPE 01/2015.
Do total de blocos, 182 são localizados nas bacias terrestres do Amazonas, Parnaíba, Recôncavo e Potiguar e 84 nas bacias marítimas de Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Espírito Santo, Campos, Camamu-Almada e Pelotas.
Em maio, a bacia Sergipe-Alagoas produziu em média 40.018 barris de petróleo por dia e 4,54 milhões de metros cúbicos de gás natural a partir de 32 campos produtores operados por, EPG, Guto e Cacal, Petrobras, Petrogal, Petrosynergy, Severo Villares e UP Petróleo Brasil.
As empresas interessadas no leilão têm até 11 de agosto para se manifestarem. Segundo a diretora-geral da ANP, 23 empresas já estão inscritas para o leilão.  “O Brasil tem toda a chance de dobrar e até mais que dobrar sua produção em um futuro recente, claro que o tempo depende dos investimentos”, concluiu Magda Chambriard.

Fonte: NENOTICIAS

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