O setor naval cresce como nunca no Estado do Rio. Prova disso é que os empregos nessa indústria deverão saltar de 65 mil, este ano, para cem mil, em 2016, de acordo com projeção da Abenav (Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore), que reúne 26 estaleiros. Os investimentos previstos para a expansão do setor offshore são de R$ 20 bilhões ao ano, até 2020. Tudo para atender às demandas criadas com a descoberta e exploração do pré-sal. A quantidade de pedidos de embarcações de apoio para exploração de petróleo e gás é crescente.
A carteira de encomendas existente para os estaleiros no Rio dá para dez anos de trabalho, tranquilamente. Isso sem contar com o pré-sal – estima Alexandre dos Reis, Diretor de Relações com o Mercado do sistema Firjan.
Aquecida desde o início dos anos 2000 – mas especialmente a partir de 2008, com o anúncio do pré-sal – a indústria naval é uma das mais promissoras no estado, atualmente. A demanda por engenheiros e por técnicos de diversas áreas criou um gargalo que, para a maioria dos especialistas, só pode ser suprido com investimentos em qualificação.
Segundo o Professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, Floriano Pires Júnior, o número de engenheiros nos estaleiros do país (algumas dezenas) é muito pequeno, se comparado ao mesmo cenário em países como a Coreia do Sul, que é um dos maiores construtores navais do mundo.
É preciso dar formação técnica, científica, básica, para que se formem profissionais de alto nível, que serão cada vez mais requisitados, à medida que os estaleiros forem modernizados – afirma o professor, que faz parte do grupo que está com um projeto de criação de um Centro de Indústria Naval na Ilha do Fundão, na UFRJ. – Nosso objetivo é criar um centro que seja referência na área, reunindo todos os cursos que temos atualmente (o mestrado e o doutorado em engenharia oceânica e o MBA em gestão de empreendimentos de construção naval e offshore).
Segundo o Professor, o setor demanda hoje engenheiros de várias áreas (produção, mecânica, materiais, metalurgia, elétrica), e só 20% de engenheiros navais. No setor de petróleo e gás, a maior parte das oportunidades para engenheiros estão na Bacia de Campos e no polo petroquímico do Comperj.
Para os demais cargos, que não exigem escolaridade alta – como soldador, eletricista, encanador industrial, montador de estruturas navais, técnico em segurança do trabalho, entre outros – o recém-inaugurado Centro Naval Offshore do Senai, em Niterói, oferece várias turmas.
Nosso percentual de aproveitamento no mercado de trabalho está na faixa de 90% – comemora Jorge Rezende, gerente executivo do Sesi/Senai Niterói.
Segundo a Firjan, nos anos de 2010 e 2011, foram formadas 29 mil pessoas em cursos de qualificação e técnicos promovidos pela instituição, na área naval. O investimento no setor, nesse período, foi de cerca de R$ 50 milhões.
Com as informações - O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.