O coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo (Prominp), José Renato Ferreira de Almeida, informou que será divulgado, na primeira semana de novembro, edital para a seleção pública de capacitação de mais 42.402 pessoas para atuarem no mercado de petróleo. Os cursos são para treinar a mão-de-obra crescente – a necessidade de contratação já passou de 112 mil pessoas para 260 mil, devido ao pré-sal. Almeida não divulgou, no entanto, os números para cada um dos 17 Estados onde o programa é desenvolvido. Esta informação será divulgada poucos dias antes de o edital ser publicado. O número de pessoas que serão capacitadas foi definido a partir do levantamento realizado pela coordenação do Prominp junto às empresas que atuam no setor petrolífero. O Prominp pretende treinar e qualificar 112 mil profissionais em três anos, sendo 48 mil somente em 2008. A previsão anterior era de 77 mil trabalhadores seriam demandados pelas indústrias neste período, mas o número foi revisto em função de novas descobertas de reservas. O coordenador do Prominp que disse que, em função das contratações da Petrobras para a construção de sondas e navios, a indústria de aço, grande fornecedora para a área naval, também necessitará de mais trabalhadores o que pode elevar este número para 260 mil nos próximos anos. ‘Somente a necessidade de aço passa de 1 milhão de toneladas ao ano para 2,6 milhões de toneladas’, explicou Almeida. Neste número não está incluída a necessidade que será gerada com a produção do petróleo na camada pré-sal. Considera apenas atividades de exploração, produção e refino já previstas. A Petrobras já anunciou a construção de 40 sondas de perfuração (12 serão feitas no exterior), de 146 barcos de apoio, além de cinco refinarias: no Ceará; Maranhão; a da Comperj, no Rio; a de Abreu e Lima, de Recife; e a ampliação da refinaria no Rio Grande do Norte. Segundo Almeida, no desenvolvimento das atividades do setor petróleo estão previstos investimentos de US$ 128 bilhões nos próximos quatro anos, US$ 97,4 bilhões, da Petrobras e US$ 30,6 bilhões das demais operadoras. Nos próximos dias a empresa deve anunciar a revisão do seu orçamento para os próximos cinco anos e o mercado aguarda um aumento nos investimentos. Aulas do Prominp começam dia 29. Na próxima semana, o Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefetes) iniciará as aulas das turmas aprovadas no primeiro processo de seleção do Prominp, realizado em meados de 2006. A coordenação da instituição de ensino não divulgou o número de alunos e quantas turmas começarão as aulas dia 29 de setembro. Segundo a escola, os alunos estão sendo convocados individualmente e como a seleção foi feita há mais de dois anos, muitos estão em outros empregos, ou já fazem outros cursos. Somente depois da convocação individual é que a instituição de ensino terá os números totais. Na seleção de 2006, seis turmas devem ser treinadas e outras 18 são da seleção de 2007, sendo que há turmas para Vitória e Linhares. A dificuldade em estruturar os cursos junto ao Cefetes se deveu a acertos burocráticos entre a instituição de ensino e a coordenação nacional do Prominp que agora forma resolvidas. Comissão prepara quatro propostas de produção A Comissão Interministerial que discute o marco regulatório do petróleo deve apresentar quatro propostas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o desenho de um modelo transitório para evitar o atraso na produção das áreas próximas a Tupi, que exigem a unitização. Segundo uma fonte ligada aos membros da comissão, o modelo transitório se faz necessário porque boa parte das áreas em que a Petrobras identificou estimativas de volumes de petróleo exploráveis na Bacia de Santos se estende para além dos limites da concessão, dentro de áreas que estão ainda sob comando da União. “Se há necessidade de unitização, não pode sequer haver projeto piloto instalado no local’, disse esta fonte que não pôde se identificar devido à exigência do presidente de que as informações de dentro da comissão fossem confidenciais e ficassem restritas às divulgações feitas pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. O modelo de transição deve prever que a União nomeie um ‘ente público’, ou seja, o Ministério de Minas e Energia, a Secretaria de Petróleo e Gás do ministério ou alguma outra secretaria que pode vir a ser criada, para gerir estes recursos que serão unitizados. ‘Hoje não há uma regulamentação específica para a unitização envolvendo áreas ainda em poder da União. Mas pela legislação atual, quem assumiria a gestão destas áreas seria a Agência Nacional do Petróleo’, comentou outra fonte. Saiba mais Formação. O Prominp foi criado em 2005 para organizar a formação de mão-de-obra para o setor de petróleo e gás. O primeiro levantamento indicou que o país necessitaria de 70 mil profissionais em 118 funções nos cinco anos seguintes. Aumento. A necessidade de produzir mais gás para reduzir a dependência do gás boliviano e as descobertas de reservas em várias bacias elevou para mais de 100 mil a necessidade de trabalhadores qualificados para o setor nos próximos três anos. Seleção. A seleção de estudantes começou em meados de 2006. O Prominp qualifica desde profissionais do ensino básico até os de curso superior. São 17 Estados que recebem cursos do programa para formar mão-de-obra qualificada.(Fonte: A Gazeta/Vitória,ES/Denise Zandonadi)