sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BRASIL PARA DE IMPORTAR PETRÓLEO EM 2014

A última semana no setor petrolífero começou agitada com a notícia de que a empresa de petróleo HRT, que no mês passado arrecadou R$ 2,3 bilhões no lançamento de suas ações ao mercado (IPO), anunciou que pretende perfurar, no mínimo, 12 poços na Bacia dos Solimões em 2011. O foco serão as perfurações em terra, na região amazônica, depois da descoberta de um tipo de gás que indica a presença de petróleo em camadas tão profundas quanto as do pré-sal costeiro. "Independentemente de onde estamos furando, se formos profundo, teremos grandes descobertas em todas as partes da bacia", disse o presidente da HRT Participações, Márcio Rocha Mello, em teleconferência com analistas.

Na quarta-feira, dia 17, o governo de São Paulo anunciou que estuda tornar a agência de fomento Nossa Caixa Desenvolvimento, em funcionamento há um ano, em um braço importante para a expansão da atividade de petróleo e gás no Estado. O secretário paulista de Desenvolvimento, Luciano Almeida, diz que, para atingir esse objetivo, o governo pretende aumentar o capital da agência de R$ 1 bilhão para um patamar próximo a R$ 10 bilhões, medida que deve ser impulsionada com a arrecadação futura do Estado com a exploração das reservas do pré-sal. Segundo Almeida, é preciso reforçar a agência para poder atender outros setores.

No dia seguinte, o diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, fez defesa da construção de novas refinarias no País, argumentando que o crescimento de demanda interna é "extraordinário". Segundo ele, a previsão é de que até 2020 o Brasil dê um salto da décima para a quinta posição entre os países maiores consumidores mundiais de petróleo, passando de 1,94 milhão de barris por dia para 2,79 milhões de barris por dia. Ainda segundo o executivo, o consumo no Brasil cresceu 2,34% em média ao ano desde 2006, enquanto no mundo a demanda cai 0,04% ao ano. Costa destacou que a previsão é de um aumento ainda maior no consumo, não somente por efeitos extraordinários, mas também porque a elasticidade da demanda está se descolando do crescimento do PIB.

Importações poderão se tornar desnecessárias

No mesmo dia, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal espera acabar com as importações de petróleo e derivados a partir de 2014. A expectativa é de que o início do refino do petróleo do pré-sal vai acabar com a necessidade de compras externas para mistura com o óleo pesado brasileiro antes do refino. Segundo ele, as importações poderão se tornar desnecessárias, caso a estatal tenha sucesso com os testes para produção de lubrificantes a partir do óleo produzido em Tupi, na bacia de Santos. Em relação aos derivados, Costa ressaltou que, caso a economia brasileira cresça na média verificada nos últimos cinco anos e o crescimento do mercado continuar seguindo a tendência de ficar abaixo do avanço do PIB, o país deverá se tornar autossuficiente em até quatro anos. 


Fonte: Nicomexnoticias